quarta-feira, janeiro 11, 2006

Não! Não há poeira em meu coração,
Nem água em meu sangue.
Não há nada aqui que ofusque o que eu sinto.
Não há teto que me separe do céu,
Nem distância que me separe de você.
Não há mar grande o bastante,
Nem portas fechadas,
Não há nada.

Não há pesadelo que me prenda,
Nem janelas lacradas,
Não há buracos na estrada,
Não há ciscos nos seus olhos,
Nem lágrimas nos meus.

Não há luz no fim do túnel,
A luz está aqui.
Não há mais chuva de verão,
Nem vento de inverno,
Não há essa casa,
Nem esse tempo,
Há apenas eu.
Você aceita?

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Fora do Tempo

Aqui a lua insiste em se apagar,
E só há luzes artificiais,
Em um mundo artificial.
Mas as águas ainda encontram seu caminho para o mar,
E as gotas de chuva ainda molham meus cabelos.
Na sombra dessa árvore quero descansar,
Minha alma tão cansada de procurar
Respostas em estrelas mentirosas
Em olhares e palavras ambiciosas.
Quero deixar amanhecer mais uma vez,
E a luz fosca entrar pela janela,
Com sua melancolia de começo de dia
E a poesia das lágrimas secas.

As horas me faltam,
As lâmpadas continuam acesas.
Estou fora do tempo.
Mergulhada na melancolia do começo desse dia.
Meus olhos continuam atentos,
E a cama vazia.
Estou fora do tempo.