sábado, dezembro 31, 2005



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Quase ano novo, todas as comemorações quase prontas, e as comidas e as roupas escolhidas. Quase ano novo e eu ainda não parei para pensar sobre esse ano. Tanta coisa aconteceu, me descobri em tantos sentidos. Mudei de casa, de pensamento, de sentimentos. Experimentei coisas que nem imaginaria, vivi muitas vidas na vida das outras pessoase fui até onde poderia suportar. Comecei minha terapia, e um tratamento difícil, me vi sendo capaz de tantas coisas. Me apaixonei. Ganhei um amor, ganhei um cachorro também. Perdi coisas que julgava preciosas. Ganhei amizades que cada dia valem mais a pena.
Nesse ano pude dar tempo a mim mesma de passear pelos lugares mais profundos do meu coração, e fiz isso através do coração de outras pessoas, não pensei em nada a não ser em mim, até descobrir que há mais de mim fora de mim.
Quando der meia noite tudo isso terá ficado para trás e será apenas "ano passado", talvez esse "ano passado" esteja para sempre presente.

terça-feira, dezembro 27, 2005

Os sentimentos são intensos!!! Cada olhar me derrete, cada abraço me toma e arrebata, cada beijo...o cheiro, tão peculiar, tão dele. Saudade repentina, lembrando dos sorrisos, da voz, do jeito misturado entre o moleque e o homem que eu amo e que me ama. Tudo se tornou tão parte de mim, de nós. Há ainda uma mulher que sou só eu, mas há uma que é ele, completamente e eternamente. Há agora o "nós" em minha vida.
O meu corpo dói, talvez por uma saudade antecipadamente acumulada, talvez pela força com que meu amor se manifesta, saindo por todos os poros, pelas lágrimas, pelos sorrisos e gestos. Há marcas por toda a parte, visíveis e invisíveis, há segredos contados em olhares, codinomes e tudo que faz a vida ter gosto bom.
Sensações, muitas sensações, como ondas do mar batendo em meu peito, se espalhando pelo meu corpo, criando arrepios, prazeres...
Dizer que o tempo pára é um clichê, mas não há amor sem clichês. Amo, amo tão indescritivelmente que esse texto é inútil e vazio, nem um terço de tudo que sinto está aqui, e agora as palavras me faltam e minha cabeça voa longe em lembranças, lembranças de você para quem estou escrevendo isso, que fez tantas mudanças em mim que ás vezes nem me reconheço, mas você me reconhece, cada pedacinho, mesmo quando eu já não sou eu mesma.
Chega de escrever, o importante é amar, cada dia mais, amar o ar quente que vem com o sol, e esquenta nossos rostos enquanto gargalhamos e nos beijamos. Sim, você foi o meu presente, para toda uma vida!

sexta-feira, dezembro 23, 2005

As lágrimas lavaram tudo ontem e a vontade de sair correndo era mais forte do que tudo. Eu também perco o controle ás vezes.
Tomar sorvete refresca a alma, ainda mais quando é um pouquinho de vingança.
Caminhar em baixo de um sol de 30° não é um dos meus esportes favoritos, mas pude entrar em um mundo de sonhos e aromas, e barulhinhos familiares e lembranças de alguém. Muitos incensos citricos para refrescar ainda mais a alma e as idéias. Tem alguma coisa que cutuca lá no fundo, e uma vez por outra me fura e me faz sangrar, certas vezes eu grito, certas vezes não. Mas o sangramento está sendo estancado, e eu volto a enxergar a minha imagem no espelho (havia outra pessoa alí, eu juro)
Livros para ler, nunca fiz uma visita a um sebo tão produtiva quanto a de hoje:

Pablo Neruda - Cem sonetos de amor
Florbela Espanca - Poemas
Fernadando Pessoa - Poesias
Shakespeare - A Comédia dos Erros
Autobiografia da Pagu - Paixão Pagu

Tenho muito o que ler...

terça-feira, dezembro 20, 2005

Fim de semana cheio, sem vontade e sem paciência de contar tudo aqui.

Não tenho limites, mas tenho olhos e ouvidos atentos ás pessoas que estão ao meu lado. Em uma madrugada de chuva qualquer, em um boteco qualquer eu vi, aquela mulher quase invisível apesar de todo o seu capricho em se arrumar. Sentada, sozinha no balcão, arrumada como quem espera algo incrível acontecer, com um copo de cerveja na mão, como quem sabe que a realidade é essa e não é possível fugir.
Vi uma Cinderela perdida na madrugada chuvosa, uma Cinderela que já passava da idade e da hora de voltar a vestir seus trapos, mas que se recusava a parar de sonhar. No leve torpor do álcool ela falava como quem quer ser ouvida, mas em um tom tão baixo que era impossível ouvir, falava com pompa, com o rosto erguido, mas no alto de seu sonho confessava que era só uma carroceria e que a garrafa que estava em nossa mesa valia muito dinheiro. A conversa não avançou, não havia do que falar, e pouco depois de pedir um cigarro foi embora na chuva, sem que ao menos eu a visse sair ou percebesse sua ausência repentina. Tinha se entregado a chuva, permitiu que a chuva levasse seus sonhos e sua fantasia de Cinderela. Será que ela esperava por alguém naquele balcão? Será que ela esperava alguma coisa da vida?
A mulher da outra mesa estava sonhando mais profundamente, mesmo quando seu companheiro ria alto e a chamava de "amor" ela não movia os olhos vermelhos e embriagados, talvez também sonhasse em ser Cinderela, talvez apenas sonhasse em ser quem foi um dia, talvez nem percebesse mais o que significava ser chamada de "amor" em uma realidade tão sem amor.
A noite terminou dentro de um táxi deixando aquele boteco para trás, mas essas mulheres insistem em me perseguir. Estou libertando-as aqui, mesmo que jamais saibam disso, alguém um dia, olhou para elas.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Morrendo de sono, acordei cedo para ir a terapia. Tive pensando na importância disso na minha vida. Três meses indo toda semana conversar com uma ex-estranha, porque já nos conhecemos bem, e contando sobre minha vida, meus sentimentos, pensamentos, minhas franquezas. Ajuda, sem dúvida, ela vê coisas que eu não vejo, enxerga através de buracos minúsculos nas minhas palavras e ações que para mim são normais e corriqueiras. Talvez, chegar naquele consultório, toda sexta-feira de manhã já seja parte da nova Jéssica que têm nascido e crescido dentro de mim, uma Jéssica que agora se cuida, se conhece e se aceita melhor.
Ainda tenho certas dificuldades especificas, como expressar certos sentimentos, confiar, me entregar, mas tive ajuda nisso também, ajuda de outra pessoa, tenho tido essa ajuda a exatamente dois meses, os melhores da minha vida.
Estou sendo feliz sim, descobrindo coisas novas e maravilhosas por aí, infelizmente também posso descobrir coisas tristes e preocupantes, mas as coisas são assim, o importante para mim agora é descobrir, principalmente descobrir a mim mesma.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Sem muita inspiração, sem nem pensar em escrever, aproveitando o sol que há dias não aparecia, pensando em tirar fotos aproveitando essa luz maravilhosa.
Estava pensando nas listas de fim de ano, já me pediram para fazer, mas tenho uma grande dificuldade em fazê-las. Talvez fosse mais fácil pensar nas 10 músicas mais importantes do ano, isso não seria difícil...bem, vou tentar, só não garanto que estão na ordem certa:

1- The Blower´s Daughter - Damien Rice (Did I say that I loathe you? Did I say that I want to Leave it all behind? )

2- Violet - Hole (go on, take everything that I want to)

3- Hotel California - The Eagles (Welcome to the Hotel California, such love place, such love face)

4- Deceptacon - Le Tigre (I'm outta time, I'm outta fuckin' time)

5- Into the Groove - Madonna (I tired to dance here all by myself, tonight I wanna dance with someone else)

6- A Deusa dos Orixás - Clara Nunes (Yansã, cadê Ogum? Foi pro mar)

7- Ease Your Feet In The Sea - Belle and Sebastian (Soberly, without regret, I make another sandwich)

8- I Will Survive - Aretha Franklin (I've got all my life to live and I've got all my love to give; I will survive! I will survive! hey, hey!)

9- Carolina - Chico Buarque (Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela
e só Carolina não viu)


10- Sympathy For The Devil - Rolling Stones (escolha do meu amor, mas que eu também adoro)

Vou pensar em outras listas, e ainda falta o balanço desse ano, muita coisa pra escrever...

terça-feira, dezembro 13, 2005


Eu hoje!! Posted by Picasa

Saudade da época em que a tarde era especial e proibida, e em que sair as 3 horas da tarde era uma novidade, era um sonho, qualquer lugar da rua era novo, uma realidade nova, uma terra nova. Tudo isso era contemplado por olhinhos pequenos, perninhas pequenas...já fui criança uma vez, não gostava muito, mas há prazeres que agente só tem quando é criança: assistir filme bobo na tv, ver os carros passando, esperar o Papai Noel, procurar a casa do coelhinho da páscoa... Certos prazeres agente só tem quando é criança, depois os prazeres são outros, não menos satisfatórios, não menos prazerosos, apenas outros. É bom ter outros prazeres, é bom correr perigo, mas é bom também ser criança, imaginar uma terra encantada atrás do muro, só porque lá há flores e arvores que fazem sombra e deixam folhas caírem no chão. Atrás do muro há a avenida e todo o barulho e toda a realidade, mas quando se é criança do que isso importa? Há a terra encantada atrás do muro, há sempre uma terra encantada atrás de todos os muros quando você é criança.

Escutando meu maravilhoso Cd If You're Feeling Sinister do Belle and Sebastian, acabado de comprar, meu presente de natal para mim mesma.

domingo, dezembro 11, 2005

O dia começou muito quente, com um sol que queimava meu braço enquanto eu fumava na janela. O calor entrava pela casa, tomava conta de tudo...e eu esperava...
O tempo até que passou rápido, tarefas de casa (coisa muito rara no meu dia-a-dia), banho delicioso, arrumar o cabelo (porque eu sou uma diva mas fico despenteada). Mas o que importa é que ele chegou, e tudo aconteceu como tinha que acontecer. Tarde no sofá, vendo coisa boa, o dia ficando nublado e gostoso de abraçar. Brincadeiras proibidas começadas no sofá e terminadas no chão da cozinha (porque eu sou uma diva e posso tudo), felicidade completa, corpo dormente, risadas soltas, tudo que eu precisava e merecia depois dessa semana.
Comer muito, passear na chuvinha (de guarda-chuva é claro) e ficar em baixo das cobertas assistindo Cazuza, abraçando, beijando, me misturando e esquecendo de todo o resto. Estou apaixonada sim, e feliz e boboca...

Vontade de fumar um cigarro, agora que é madrugada e o sol não me queima mais...

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Eu quero poder fazer tudo SIM!!!! Quero deixar toalha molhada em cima da cama, quero mandar aquele cretino tomar no cú, me entupir de sorvete, " trepar na escada e pintar o nome dele no céu". Quero derrubar a casa, escutando mutantes (é claro) no último volume e gritar muitooooo!!!!
Bem,já deixei a toalha molhada em cima da cama hoje, não posso mandar o cretino tomar no cú, já me entupi de sorvete (felizzz), quase trepei na escada... e se eu escutar música no último volume e chata da minha vizinha de baixo vem reclamar (qualquer dia mando ela tomar no cú também).
Mas estou feliz mesmo não podendo fazer tudo, o que eu faço já deixa a vida colorida, um sorriso enorme no meu rosto e me faz sair cantando por aí. Estou feliz e pretendo continuar assim, quem não gostar que se foda!!!!

Ps: Um pouco desbocada também.

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Por que os dias se repetem??
Mal consigo saber o que é hoje, o que foi ontem e a idéia de amanhã. Não, não...eu devo estar dormindo, presa em um pesadelo, em um universo atemporal. A casa está sempre vazia, mas encontro mudanças que não fui eu que fiz. E se o mundo todo for esse quarto e essa dor? Se for possivel sair de si mesma, eu quero isso agora! Nenhum desses sentimentos importam mais, será que eu sou eu de novo, ou será que ela tomou conta de mim de novo? Seja o que for, não importa, não vai durar para sempre, todo pesadelo acaba, essa porta será aberta um dia e quando eu fugir, ninguém vai conseguir me trazer de volta.

quarta-feira, dezembro 07, 2005

As pessoas nos ônibus são mesmo inconvenientes, não sentam do seu lado, mas não param de te observar. E se eu quiser coçar a bunda, enfiar o dedo no nariz, falar sozinha, cantar música brega???? Hein???
E ainda tem aqueles que ficam em pé na sua frente para olha o seu decote, e aquele que te encoxa e quando você reclama ainda pede desculpa como se fosse sem querer,(se ainda fosse o Johnny Depp, ou o Al Pacino novinho).
E quando você vai a uma dessas lanchonetes fast food que o coitado do funcionario (entenda escravo), já não aguenta mais e te dá uma patada, você fica puta na hora, mas se for pensar não é culpa dele. Todos nós precisamos de terapia, eu já faço a minha.
Como diria um amigo de uma amiga minha : "Tá tudo errado!"

terça-feira, dezembro 06, 2005


E as flores simples são sempre as mais belas, e cores em contraste criam um choque sútil. Agora podemos caminhar por campo de flores, e rolar na grama e ver o sol se pôr. Vamos fazer todas as coisas clichês para chegarmos ao maior dos clichês: A felicidade.E isso talvez seja muito vago, pouco especifico, quem sabe inexistente. Mas agora eu acredito...e vocês??

Ps: Roubei essa linda foto de alguém que não me lembro, se souberem o autor me avisem para eu dar os devidos crédito.

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Eu já vi de tudo, tudo mesmo!!! Sim, sim. Não acredita? Problema seu.
Só sei que tem coisas fortes que acontecem. Você já viu alguém morrer? Você já se fez sangrar? Já tentou jogar tudo fora?
Somos todos iguais nas nossas diferenças, somos diferentes como todo mundo, mas eu não. Apenas porque eu sou eu, e cada detalhe se tranforma e se espalha e toma conta de tudo, cuidado com as coisas sútis.
Meus sentimentos não me obedecem, também, nem poderiam. Mas não custa tentar.
É, eu já vi de tudo e ainda não me sinto satisfeita, engraçado isso. Pode ser porque tenho só X anos ou porque sempre quero demais, mais que o limite. Boderline!!!